Arturito "Art", o Artista Solitário
A Lore.
I. À beira da próxima história.
Arturito, ou simplesmente Art, é um artista multifacetado — dramaturgo e ator agora quer ser também um escritor — marcado por uma sensibilidade intensa e um idealismo inabalável. Ele é um homem à frente do seu tempo, apaixonado pela arte que toca almas, que transforma e inquieta. Vive em constante conflito interno: entre o legado de um pai doce e permissivo, e a vontade de ser um homem melhor, mais firme e altruísta.
Aparência do personagem:
Gênero: Masculino
Sexualidade: Homossexual.
Idade: 29 anos.
II. O Legado de seu pai.
Filho único de um homem generoso e gentil, Arturito foi criado em um lar onde os limites eram frouxos e o afeto abundante. A morte do pai foi como a quebra de um espelho: deixou estilhaços de saudade e culpa. Art sabe que herdou um lado mimado e egocêntrico, mas se esforça para não se render a isso. Ele tenta honrar a memória do pai sendo gentil com os outros, mesmo quando o orgulho e o ego gritam mais alto.
III. Londres e o Fantasma da Paixão.
Durante parte de sua adolescência e início da via adulta, Art viveu em Londres. Foi lá que encontrou o amor, mas também a solidão mais profunda. A cidade se tornou símbolo de tudo que ele foi, poderia ter sido e perdeu. Ele vive como um lobo solitário, mas Londres o ensinou que até lobos podem se apaixonar. A lembrança da paixão londrina o guia como uma vela na escuridão: bruxuleante, mas viva.
IV. A Arte e a Ira Criativa.
Indignado com o vazio das atuais produções de terror — que julga comerciais, previsíveis e desconectadas — Art se revolta contra o sistema. Ele quer criar algo que cause arrepio não pela estética, mas pela verdade. Algo que deixe marcas, que traga pesadelos, que conte algo mais profundo. Seu novo projeto é um livro de terror inspirado em uma criatura que pode acreditar já ter visto em seu armário de madrugada, ele a chama de A Draga — um símbolo do que há de mais sombrio e primitivo na alma humana.
V. A Aparição no Teatro.
Durante a apresentação de uma peça especialmente densa, uma mulher apareceu na plateia. Alta, magra, vestida de preto, com olhos que pareciam fitar Art através de séculos. Ela não aplaudiu. Apenas sorriu. Após a peça, ela o abordou nos bastidores. Disse-lhe poucas palavras:
“Você busca uma história real? Vá até Pequena Ratones.
Lá, a verdade não se esconde atrás de máscaras.”
Desde esse encontro, a figura não saiu de sua mente. Art não sabe se ela é uma musa, uma bruxa ou algo além do que pode entender. Mas ele acredita nela. E essa crença move sua próxima jornada.
VI. A Viagem à Ilha Pequena Ratones
Agora, Art está a caminho da Ilha de Pequena Ratones, uma pequena ilha ao norte de Florianópolis, em Santa Catarina. Lá, entre ruínas, nevoeiros e lendas esquecidas, ele busca a inspiração definitiva para seu livro. Ele quer anonimato, silêncio e assombração. Quer encontrar a história que transcenda os clichês e traga terror verdadeiro, que revele as camadas do invisível, do inexplicável.
Mas ele também teme o que poderá encontrar. A mulher de preto disse que a história estaria além da compreensão humana.
VII. O Ano é 1926
Florianópolis vive tempos de transição. A cidade cresce, mas a superstição ainda mora nos becos, nas ilhas e nas rezadeiras. Ele já escutou e acredita que a Pequena Ratones, em especial, carrega lendas sombrias — histórias sobre fantasmas, bruxas do mar, e gritos vindos da mata à noite. Art está a caminho da ilha com um caderno, uma mala e muitos medos. Ele está pronto para escrever, mas talvez descubra que há histórias que preferem permanecer enterradas.